Poemas de brinquedo – Conteúdo complementar
Neste livro o artista mineiro Álvaro Andrade Garcia apresenta toda a potencialidade artística de obras poéticas que ultrapassam o impresso e transbordam para outras mídias. Aliando a palavra escrita à palavra entoada, as imagens poéticas às imagens cinematográficas, ele cria o que Ricardo Aleixo chama de poesia expandida.
Poemas para brincar, ler com sotaque, travalínguas, palavras inventadas, medonhas e coisas escritas errado para consertar. Jogo do dicionário: palavrórios incríveis para adivinhar. Estórias engraçadas e barulhentas, sons para cantar e também azucrinar. Palavras com arestas e desenhos malucos, ainda sem significado, para você batizar.
Este livro foi lançado em 2016 também em formato interativo, disponível gratuitamente em formato de aplicativo, mas foi descontinuada. A publicação do app foi patrocinada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Vídeos
Entrevista de Álvaro Andrade Garcia e Ricardo Aleixo entremeada com declames de Poemas de Brinquedo:
O projeto
Poemas de Brinquedo mostra textos lúdicos que receberam camadas de criação gráfica, animação e vocalização. O conteúdo é adequado e publicado em diversos meios simultaneamente, num arrastão semiótico que também inclui corpo e voz em performance e videoinstalação interativa.
A partir da seleção de poemas em função de sua aptidão visual e/ou sonora para publicação em meio digital, foi produzida uma versão animaverbivocovisual. A partir dessa obra finalizada em app foi pensada a obra impressa, também interativa, em forma de cartas para manusear, recitar e brincar, acondicionadas numa luva que também convida o leitor a acessar os audiovisuais através de um QR code na contra capa.
Em situações de mediação de leitura a obra é farta de estímulos para descobrir com crianças como nascem as palavras, como se inventam palavras (Guimarães Rosa), o que é a comunicação poética (Décio Pignatari). Permite brincadeiras para descondicionar a lógica e abrir novas formas de pensar (koans e Lewis Carroll). Pode ser usada para mostrar como se dá a formação de palavras: sufixos, prefixos, variações sonoras, sotaques, língua culta, língua falada, gírias, idioletos… Pode ser usada para estimular alunos a criar, com sugestões para completar, consertar, imaginar, perder o temor do dicionário, das palavras “difíceis”.
Poemas de Brinquedo se integra a uma coleção de títulos da editora Peirópolis que tratam da cultura da infância.
Poemas
Há muito esses poemas estão presentes na obra do autor, foram publicados em O Verão Dentro do Peito (1998) e Álvaro (2004), Nunca haviam sido recortados e animados para o público infantil de todas as idades.
Segundo Álvaro, “esses poemas brincantes surgiram para me libertar da própria educação. Cresci numa casa em que a palavra sempre foi tratada com muita seriedade, sempre muito adulta e cheia de obrigações. Todas as paredes tinham estantes cheias de livros, as conversas eram filosóficas, antropológicas, sociológicas, religiosas, políticas, tudo com muita estrutura e conceito. Até que chegou uma época em que quis brincar com a palavra, recuperar seu viés criativo, inaugural. Visitei, então, quantas vezes… a terra da infância e a fala do povo, onde são encontradas ainda frescas e livres, muitas vezes nascendo, sem compromissos. E como brinquei com elas… Para mim, estes poemas são um exercício de descondicionamento, de estímulo ao experimento e à imaginação.”
São textos que perderam a seriedade. Voltaram ao momento mágico da criação de palavras e sentidos, terra do experimentar. Poemas para brincar, ler com sotaque, trava-línguas, palavras inventadas, medonhas e coisas escritas errado para consertar. Jogo do dicionário: palavrórios incríveis para adivinhar. Estórias engraçadas e barulhentas, sons para cantar e também azucrinar. Palavras com arestas e desenhos malucos, ainda sem significado, para batizar.
Créditos
Álvaro Andrade Garcia e Renata Fahat Borges: editores transmídia
Textos e direção do app Álvaro Andrade Garcia
Design sonoro Ricardo Aleixo
Design gráfico e storyboards Marcio Koprowski
Animações e edição de vídeo Joacélio Batista
Software Lucas Junqueira
Realização:
Ciclope – arte e publicação digital
Editora Peirópolis
1 Comment
Simplesmente lindo! Parabéns por romper essa barreira! Quebra tudo!
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