Blavatsky: Anos Velados - Explorando os símbolos - Editora Peirópolis

Blavatsky: Anos Velados – Explorando os símbolos

Anos Velados é uma biofantasia que combina elementos da Morfologia do conto maravilhoso de Vladimir Propp com uma meticulosa pesquisa das biografias de Helena Blavatsky e de suas obras, esotéricas ou não, de qualquer forma repletas de anedotas interessantes e divertidas. As datas e os episódios retratados, salvo alguns expedientes narrativos, são precisos e abordam, em particular, aquele período obscuro e deliberadamente confuso de sua história pessoal, conhecido como os anos velados. Narrada por Vera Jelihovsky, irmã de Helena, a história abrange o período de seu nascimento, em 1831, ao ano de 1871, pouco antes de sua aparição nos Estados Unidos, onde tornou-se uma figura pública com a fundação da Sociedade Teosófica e a publicação de seu primeiro livro, Ísis sem véu (1877).

Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) foi uma das personalidades mais enigmáticas do século XIX. Escritora, pensadora e viajante, foi pioneira na busca pelas filosofias e pelo esoterismo do mundo oriental. Atrevida, excêntrica e provocadora, seu desprezo pelas convenções sociais e sua defesa das tradições de povos como os hindus, sujeitos à doutrinação cristã durante a colonização britânica, causaram-lhe veementes ataques da mídia da era vitoriana, na medida em que sua influência e notoriedade aumentavam pelo mundo afora. Apesar de sofrer duras críticas, influenciou pensadores e artistas como W. B. Yeats, Gandhi, Rudolf Steiner e Kandinsky.

Este romance biográfico pretende ser um convite para a leitura das obras dessa escritora complexa e atual. E, para os jovens, em particular, um encorajamento para curtir uma existência intensa, animada por um ardente interesse em desvendar as maravilhas da natureza. Como fez H. P. Blavatsky.

Conheça a HQ – Blavatsky: Anos Velados

 

Leia sobre algumas simbologias presentes na obra (os textos abaixo são do autor da obra, Piero Bagnariol):

 

As pedras do raio, segundo Mircea Eliade, era o nome com o qual os primeiros ferreiros se referiam aos meteoros.

Foram estes aerolitos que, eventualmente, proporcionaram o surgimento da metallurgia.

Reza a lenda que uma destas pedras teria caído da coroa de Lúcifer quando da guerra no céu…

 

 

 

 

No Livro dos seres imaginários, J. L. Borges lembra que os antigos, a diferença de Paracelso, faziam distinções entre ninfas das águas e ninfas dos bosques. As últimas são conhecidas como Amadríades, moram invisíveis entre as árvores e morrem com eles, menos algumas que vivem para sempre, ou durante milhares de anos.

Quando criança, Helena Blavatsky ficou amiga de uma delas, a Russalka, que vivia num velho salice à beira do rio Dniepr…

 

 

 

 

O Domovoi é uma entidade tutelar dos lares no folclore russo.

Sabe quando você tropeça no gato, entorna o café e não encontra os óculos que estão na sua cabeça?

Pode saber: o Domovoi está num dia ruim e apenas uma pessoa nascida de 7 meses (sedmitcha) vai conseguir acalmá-lo.

Pelo menos é o que achavam as amas de H. P. Blavatsky, que conduziam essas cerimônias de purificação – tendo a menina no papel principal – às escondidas da família.

 

 

 

O zodíaco de Dendera tem datação controversa que varia entre 2500 e 50 aC. O baixo relevo, hoje no Louvre, é um dos primeiros modelos do céu e as constelações do zodíaco podem ser facilmente identificadas nele.

Alguns estudiosos, afirmam que a cauda do segundo leão, virada para cima, indicaria um acontecimento astrológico singular e muito mais antigo, a saber, uma mudança na inclinação no eixo terrestre.

Para os historiadores modernos, que relutam em considerar qualquer acontecimento anterior a 6.000 anos como digno de ser atribuído a povos ‘civilizados’, esta é uma mera fantasia.

Mas HPB, que certa vez passou uma noite “confortavelmente instalada num sarcófago da câmara do faraó”, na grande pirâmide, lembra que, no Timeu, os sacerdotes de Sais descrevem acontecimentos ocorridos há 9.000 anos; e que Heródoto tinha ouvido dos próprios antigos egípcios que o tempo transcorrido entre o reino de Hércules e o de Amasis era de 17.000 anos.

Um dia, talvez, uma nova descoberta sobre a origem do zodíaco nós permita reconsiderar a antiguidade de nossa própria história…

 

Publicado em 1595 em Amburgo, o Amphitheatrum Sapientiae Aeternae – Schauplatz der ewigen allein wahren Weisheit Vollständiger (Arena da eterna e única sabedoria verdadeira – título sucinto e despretensioso, ao gosto da época) de Heinrich Khunrath, é uma combinação de cristianismo e magia do tipo que se pode esperar num clássico da alquimia.

Dscípulo de Paracelso e John Dee, Khunrath apresenta no livro 4 gravuras assinadas por Paullus von der Doort embuidas de inscrições e símbolos teosóficos destinados a reflexão metafísica. Numa delas, o andrógino cósmico é apresentado como alegoria da união dos opostos na Grande Opera.

HPB teria tido acesso a esse tipo de literatura ainda em sua adolescência, numa secção escondida da biblioteca do avô…

 

 

HPB visitou os Yazidi (ou Iezidi) quando morava próximo ao monte Ararate. Eeste grupo étnico, muito perseguido nas últimas décadas, conserva tradições que remontam ao mazdeismo persa e cultua Melek Thaus, o anjo pavão, o primeiro de sete irmãos que deram forma ao mundo.

Por suas práticas, os Yazidi foram tachados de adoradores do diabo por missionários cristãos que não perceberam a afinidade entre Melek (que transformaram em Moloc) e um dos arcanjos cultuado por eles, inclusive com o mesmo nome, apenas anagramado: aquele que é conhecido como o anjo da face…

 

 

 

 

A história da Atlântida aparece em muitos clássicos da antiguidade: nos diálogos Timeu e Crítia (Platão, 360 a.C.) os dois personagens narram a Sócrates o relato dos sacerdotes de Sais, no Egito, sobre a guerra entre os últimos seres desta antiga civilização e os primeiros da nossa.

No Ramayana (Valmiki, 500 a.C.) são Ravana e Rama, que conta com a ajuda do rei macaco Hanuman, que interpretam o mito, e o mesmo tema pode ser encontrado na Teogonia de Hesíodo (700 a.C.) e no sexto capítulo do Gênesis (6:4 – V século a.C. ca.)

Em época mais recente, o assunto foi abordado por Edgar Cayce, Rudolph Steiner e J.F. Blumrich que, em Atlantis against Mu, apresenta o interessante relato do índio hopi Polar Bear sobre a chegada dos seus ancestrais nas Américas.

HPB, que sabia ler atrás do véu dos antigos textos como ninguém, associa o fim daquela civilização com a história da ilha branca do deserto do Tarim…
O símbolo da Atlântida – se assim queremos chamá-la – que na imagem aparece na coluna, remete a descrição da última ilha do continente perdido feita no Timeu.

 

No século XIX o Tibete era um país fechado aos estrangeiros. Ainda assim, após 4 tentativas, H.P. Blavatsky parece ter logrado alcançar o mosteiro de Tashilhumpo, sede do Panchen Lama, autoridade espiritual do budhismo complementar ao Dalai Lama.

Ali estariam conservados os comentários ao livro de Kiu Ti, ou o livro de Dzian (Dzian – dhiana), o livro da meditação mística, que mais tarde serviria de base para sua magnum opus: A Doutrina Secreta.

Em Os livros Malditos, Jacques Bergier (autor do clássico O despertar dos Mágicos), aponta este livro como o motivo pelo qual HPB foi perseguida pelos Homens de Preto, que tentaram mata-la diversas vezes para impedir a divulgação da obra.

 

 

A hebdomada, ou setenário, é um dos números mágicos por excelência, uma chave para a compreensão da vida. O número 7 remete aos dias da semana, às notas musicais, às cores do arco íris, aos chakras, às hierarquias angélicas, aos pecados capitais etc.

Tradicionalmente é composto de um ternário, que representa o céu (trindade, trimurti, gunas etc.) e de um quaternário, que remete à terra (4 pontos cardeais, estações, elementos etc.).

Uma interessante representação do setenário pode ser encontrada no final daquela misteriosa estrutura che é a gruta das conchas de Margate. O “grotto” foi descoberto em 1835 mas até hoje não se sabe quem o construiu, quando ou por quê. As paredes do percurso subterrâneo, são inteiramente recobertas de mosaicos realizados com mais de 4 milhões de conchas.

HPB visitou o local em 1851, quando encontrou pela primeira vez seu mestre, que estava visitando a Inglaterra junto a delegação do Nepal, durante a inauguração da exposição universal daquele ano.

 

O candelabro de Paracas é um geoglifo de cerca de 130 m. de altura gravado na encosta de um penhasco na costa do Peru, ha cerca de 200 km de Nazca.

Em Ísis sem véu, HPB relata que durante sua visita a América do Sul, em 1851, um velho índio revelou-lhe que um geóglifo com as mesmas características indicava a entrada da passagem subterrânea que levava ao tesouro perdido de Atahualpa.

O último imperador Inca tinha sido aprisionado por Pizarro em 1535 sob a alegação de não querer se converter ao cristianismo. Em troca da liberdade, Atahualpa tinha prometido encher de ouro o aposento onde se encontrava.

Pizarro, o magnânimo, aceitou, mas depois de receber o resgate ficou com o ouro e mandou enforcar o prisioneiro, inaugurando assim uma tradição de saques e traições que infelizmente parece perdurar até hoje.

 

 

Bandeira e símbolos da ‘Carboneria’ (Carbonária), sociedade secreta que atuou no começo do século XIX para ‘caçar os lobos do bosque’, ou eliminar os inimigos da liberdade – no caso, o absolutismo. Foi ativa na Itália, Espanha, França, Portugal e chegou a operar no Brasil e Paraguai.

Os carbonari promoveram o levante de 1820 contra Ferdinando I de Bourbao, rei das duas Sicilias, e o de 1831, contra o Estado Pontificio. Apesar de frustrados, os movimentos em busca de direitos constitucionais se alastram pelo continente. Nas fileiras da Carbonária formou-se também Giuseppe Mazzini, que mais tarde, com Garibaldi, liderou os movimentos para a unidade da Itália.

HPB tornou-se íntima de um dos líderes carbonari, Agardi Mitrovich, um cantor da ópera de Lucca que ela teria salvo de um ataque a facadas em Istambul, em 1850. Segundo ela, os Carbonari eram também os últimos cabalistas do ocidente.

 

 

Entre os mentores da jovem HPB na época em que morava em Tiflis aparece um misterioso príncipe Galitzine (ou Golitsine). Para Kurt Seligmann (em O espelho da magia, 1945), Galitzine teria sido o promotor do Martinismo na Rússia.

Esta corrente esotérica remonta ao ‘filósofo desconhecido’ Louis Claude de Saint-Martin (1743-1803) que promulgava um misticismo cristão-kabalista – mais tarde incorporado pelos graus rosicrucianos da massonaria – que influênciou ilustres personagens do século XIX como Eliphas Levi, Bulwer Lytton e Papus.

O avô de HPB parece ter sido o bibliotecário desta alegre brigada de aspirantes magos na Rússia, e os símbolos desta sociedade secreta foram encontrados por Helena na biblioteca oculta do palácio de família em Saratov…

 

 

Conheça a HQ – Blavatsky: Anos Velados

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