Por Susana Ventura
Sabor e saber
Somos brasileiros. A língua portuguesa está conosco todas as horas do dia e da noite: sonhamos em português, pensamos em português, falamos português. Lemos em português, escrevemos em português, expressamos nossos sentimentos em português. Com a língua portuguesa tecemos o nosso dia a dia.
Alguns dentre nós têm crianças em casa e podem observar seu crescimento, a aquisição e o domínio da linguagem, o modo de se apoderar do mundo pelo aprendizado da palavra, num momento da vida em que o saber e o sabor estão muito próximos: o sabor do chocolate é bem próximo daquele de nomear o chocolate (até para poder pedi-lo, entre deliciosas risadas!). Com a plena aquisição da linguagem e o crescimento, as crianças que temos (ou que fomos um dia) saem para descobrir o mundo, prontas para explorar suas possibilidades, desenvolver suas capacidades, experimentar…
Aprendemos a ler e a escrever e, a partir daí, o mundo cresce, toma proporções incomensuráveis – palavra saborosa em sua vocação de falar sobre a “desmedida”, sobre a impossibilidade de medir aonde cada um de nós pode chegar. Às histórias, canções e poemas que ouvíamos daqueles que estavam à nossa volta – contadas, cantadas, lidas – se agregam as histórias que passamos a contar para nós mesmos a partir dos livros, os poemas que podemos ler e dizer em voz alta: a nossa voz que se alça, afirma e define. Saber e sabor continuam caminhando juntos, agora embalados pela escrita, pela ilustração, emoldurados no objeto-livro.
Muitas vezes, no entanto, nas histórias de muitos de nós, chega um dia em que as coisas mudam. Tarefas, obrigações, horários, o sistema escolar… A vida, enfim, nos toma e nos conduz por outros caminhos. Em alguns desses caminhos, saber e sabor se dissociam: o sabor evapora, o saber fica árido e se converte em mais uma obrigação. E, se o caso for esse, por que parar para pensar em literatura portuguesa?
Ao longo dos anos, a Editora Peirópolis vem construindo um Catálogo de literatura portuguesa com muito entusiasmo. Saber e sabor estão juntos em nosso trabalho – como estão juntos na língua portuguesa! Ainda hoje no português falado e escrito em Portugal, saber e sabor estão juntos: um chocolate quente no inverno “sabe” bem, uma salada fresquinha no verão “sabe melhor”. E, se por um lado, nossos livros trazem muitas descobertas culturais e linguísticas, por outro, nos permitem lembrar ou nos dar conta de similaridades insuspeitadas.
Conhecer/reconhecer
Valha-me Nossa Senhora,
Mãe de Deus de Nazaré!
A vaca mansa dá leite,
a braba dá quando quer.
A mansa dá sossegada,
a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio,
mas hoje sou escaler.
Já fui menino, fui homem,
só me falta ser mulher.
(Versos pronunciados por João Grilo,
personagem de Ariano Suassuna em Auto da Compadecida)
Os versos pronunciados por João Grilo ao invocar Nossa Senhora em Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, fazem parte da nossa memória afetiva, especialmente a partir das adaptações televisiva e cinematográfica da obra, em que João Grilo e a Compadecida ganharam os rostos e as vozes inconfundíveis de Matheus Nachtergaele e Fernanda Montenegro. Os versinhos reproduzidos acima – fortemente presentes em muitas canções, histórias da cultura popular brasileira, disseminados pela oralidade – têm ligação direta com a cultura popular ibérica (da Península Ibérica, onde estão Portugal e Espanha). A forma em que estão compostos os versos, em redondilhas, reflete não apenas grande parte do modo de composição dos cantadores populares do nordeste brasileiro ainda hoje como nos leva diretamente ao início do século XVI, quando um dramaturgo de origem humilde começava sua carreira junto à Corte Portuguesa: Gil Vicente. Ariano Suassuna tem influência confessa de Gil Vicente, o que com frequência reconhece em suas apresentações públicas. Conhecer literatura portuguesa é, assim, muitas vezes “reconhecer” algo bem próximo de nós. Gil Vicente está representado na nossa coleção pela obra Auto da barca do inferno, bem familiar do público brasileiro por compor há vários anos o repertório escolhido para estudo nos exames de acesso ao Ensino Superior (vestibulares). A escolha da Peirópolis para a apresentação da obra pensou na renovação, o que se traduziu na busca de uma linguagem visual arrojada e atraente, que pudesse mostrar ao público jovem a dimensão revolucionária do trabalho de Gil Vicente. O resultado é um Auto da barca do inferno em história em quadrinhos, elaborado de maneira a manter a linguagem de época (fixada na Compilação de 1562, trabalho dos filhos de Gil Vicente), ao mesmo tempo em que aposta na leitura artística contemporânea e instigante de Laudo Ferreira. Em todos os títulos do Catálogo de literatura portuguesa da Peirópolis se evidencia uma coleção pensada para enlaçar Brasil e Portugal – visualmente atraente, com ilustrações e trabalho gráfico primorosos –, permitindo conhecer e reconhecer a cultura, a língua e a literatura portuguesas.
Formas da cultura popular e clássicos da literatura portuguesa
Voltando às formas da cultura popular brasileira, nossa coleção permite conhecer contos populares e contos de fadas portugueses: o bicho de sete cabeças, Branca-Flor, a menina que se torna prisioneira do diabo e o pescador que se defronta com um peixe mágico povoam as páginas de títulos como Dez contos do além-mar e Branca-Flor e outros contos. O trabalho de coleta e compilação dos portugueses Adolfo Coelho, Teófilo Braga e Ana de Castro Osório, a partir do final do século XIX, é complementado, nestes dois títulos essenciais, pelo trabalho dos organizadores e apresentadores brasileiros Ana Carolina Carvalho e Bartolomeu Campos de Queirós. Podemos perceber a particularidade dos contos portugueses e também reconhecer as marcas dessas narrativas em muitas histórias que ouvimos contar do lado de cá do Atlântico.
O outro lado das chamadas formas simples, emanadas da cultura popular, está nos clássicos de matriz erudita. A começar por Os Lusíadas – o grande poema épico de Luís de Camões –, o repertório de livros da Peirópolis avança por séculos de narrativas para alcançar as aventuras da menina Lourença, personagem da premiada escritora Agustina Bessa-Luís em Dentes de rato e Vento, areia e amoras bravas e, por fim, a família portuguesa do intrigante conto A instrumentalina, da grande escritora contemporânea Lídia Jorge. Em mais de uma dezena de títulos, os leitores podem criar laços significativos com textos clássicos da literatura portuguesa, expressos narrativamente dentro do gênero épico.
E por falar em clássico, lembramos o teórico e escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985), que disse que um clássico é um texto que não acabou de dizer o que tinha para dizer, e completamos: a maneira mais simples para nós, brasileiros, termos acesso aos clássicos, é lendo em língua portuguesa, a nossa língua, o legado de centenas de gerações. Dentro do repertório de leituras clássicas, agora no gênero lírico, das Cantigas de amor e amigo dos trovadores portugueses, apresentadas por Elisabete Peiruque e Susana Ventura, aos Versos de amor e morte de Luís de Camões, belamente apresentados por Nelly Novaes Coelho; dos pungentes poemas de amor de Florbela Espanca coligidos por Denyse Cantuária à Antologia de poemas portugueses para a juventude organizada por Henriqueta Lisboa, os leitores têm uma ampla margem de escolha e a oportunidade de conhecer um universo vasto: o da herança da literatura portuguesa em poesia.
Auto da barca do inferno, a peça teatral de Gil Vicente, fecha o percurso pelos gêneros clássicos: épico, lírico e dramático, presentes no elenco de obras do nosso Catálogo de literatura portuguesa. Desta maneira, através da leitura de nossos livros de literatura portuguesa, o conhecimento dos diferentes gêneros pode ser construído de maneira profunda e, sobretudo, saborosa, sem distância entre saber e sabor.
Escritores e ilustradores contemporâneos
Os autores contemporâneos foram cuidadosamente escolhidos para possibilitar um conhecimento do que de melhor e mais inovador tem sido publicado em Portugal nos últimos anos. Escritores e ilustradores já consagrados estão acompanhados de novos criadores que o tempo se encarregará de transformar em clássicos do futuro. Os livros para crianças e jovens em Portugal mudaram muito nos últimos anos, em consequência da efervescência que a literatura para os mais jovens vem tendo na Europa e em várias outras partes do mundo também, como no Brasil: edições cada vez mais atraentes, para um público cada vez mais considerado essencial ao futuro da humanidade.
Portugal dialoga hoje de maneira intensa com o que é produzido na Europa e no mundo, mostrado nas feiras de livros internacionais, especialmente na Feira de Bolonha, onde a cada ano há o maior movimento de trocas culturais e comerciais na área do livro infantil. Alguns dos grandes escritores para jovens, como Alice Vieira e Ana Saldanha, estão ao lado de arrojados artistas plásticos e multiartistas que se dedicam à ilustração e a projetos gráficos, como Bernardo Carvalho, Yara Kono e Afonso Cruz. O resultado tem sido o surgimento de livros verdadeiramente instigantes. No Catálogo de literatura portuguesa da Peirópolis, você encontrará todos esses artistas e suas obras mais significativas.
Ao longo de vários anos, muitos profissionais estiveram e estão reunidos para construir o Catálogo de literatura portuguesa da Editora Peirópolis: editores, professores, escritores, artistas plásticos, ilustradores trabalharam e trabalham para a elaboração de um conjunto que iremos conhecer a partir de agora. O elenco de livros fala sobre cada título, com uma sinopse – há destaque para prêmios, selos de qualidade, dados de escolha para acervos oficiais. O elenco de escritores, ilustradores, professores e organizadores mostra quem vem trabalhando na construção de uma obra coletiva que se completa com a ajuda de cada um de nós, leitores. Depois de conhecer um pouco sobre essas pessoas e sobre os títulos que publicamos, convidamos você a pensar sobre algumas questões a partir do nosso acervo. Vamos lá?
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Fazendo prefácios e posfácios falarem
Pensando algumas questões a partir do nosso acervo de literatura portuguesa
Agora que você já se aproximou de nossos livros e das biografias das pessoas responsáveis por eles, propomos pensarmos juntos sobre algumas questões a partir do nosso acervo de literatura portuguesa. Nesse caminho, você estará na companhia de vários escritores, ilustradores, editores e professores que, em textos incluídos nos livros, dialogam com nossos leitores.
A língua-mãe
No acervo de livros que apresentamos a você neste catálogo, o destaque é a Língua Portuguesa. Para nós, brasileiros, o acesso aos clássicos pode ser feito em nossa língua-mãe, herança positiva e enriquecedora de nossa circunstância histórica de país colonizado. Bartolomeu Campos de Queirós, organizador de Branca-Flor e outros contos, de Ana de Castro Osório – pioneira da literatura para a infância em Portugal – aponta, no texto de abertura do livro, para as possibilidades de leitura que podemos ter, como brasileiros, ao mergulharmos no universo representado pela obra da autora:
Experimentamos, ao apreciar seu texto, a vaidade de possuirmos uma fala brasileira que se origina de uma língua-mãe preciosa e de inesgotável beleza em que a musicalidade se conforma em cada oração.
Por ser assim, num momento em que lutamos para aproximar mais e melhor os países de língua portuguesa, nada mais oportuno que, por meio da literatura e da afetividade que conduz sua configuração, ter Ana de Castro Osório para iniciar também os mais jovens nesta viagem identificadora de nossa fraternidade e nossa cumplicidade.
Bartolomeu Campos de Queirós
O trabalho do grande artífice da língua portuguesa que foi Bartolomeu Campos de Queirós aparece em Branca-Flor tanto no belo texto mencionado como na escolha cuidadosa do repertório de contos que compõem o livro. Dentro da obra importantíssima de Ana de Castro Osório, Bartolomeu selecionou aquilo que de melhor havia para falar diretamente ao público-leitor brasileiro. Em muitos outros títulos do Catálogo de literatura portuguesa da Peirópolis, a língua portuguesa pode ser percebida em toda sua riqueza. Indicamos abaixo alguns títulos:
Catálogo de literatura portuguesa
- Convite à navegação, uma conversa sobre literatura portuguesa, Susana Ventura/Silvia Amstalden
- Auto da barca do inferno em quadrinhos, Gil Vicente/Laudo Ferreira
- Os Lusíadas em quadrinhos, Luís de Camões/Fido Nesti
- Versos de amor e morte, Luís de Camões/Fido Nesti. Organizados por Nelly Novaes Coelho
- O livro extravagante, José Jorge Letria/Taisa Borges
- Branca-Flor e outros contos, Ana de Castro Osório/Renato Izabela. Seleção e apresentação de Bartolomeu Campos de Queirós
- Meia hora para mudar a minha vida, Alice Vieira
Pontes com outras publicações da Peirópolis
- Viagem às terras de Portugal. José Santos/Afonso Cruz
- Literatura oral para a infância e juventude – Lendas, contos & fábulas populares do Brasil, Henriqueta Lisboa/Ricardo Azevedo
- Vale quanto pesa, Verônica Couto/Daniel Bueno
- O lenhador, Catullo da Paixão Cearense/Manu Maltez. Organização e textos de Francisco Marques (Chico dos Bonecos)
- O menino poeta, Henriqueta Lisboa/Nelson Cruz
- Alice no país da poesia, Elias José/Taisa Borges
A língua-mãe e a literatura
“É pela palavra, pela literatura, que cada indivíduo pode se descobrir como parte essencial do todo que é a humanidade” — Nelly Novaes Coelho
A língua portuguesa aparece nas obras deste catálogo em títulos que demonstram a variedade com que vem sendo empregada ao longo dos séculos. De grande abrangência em termos temporais, temos obras escritas a partir do século XII – caso das cantigas do galego-português, língua literária usada na Península Ibérica quando nela nasceu a poesia – até os dias de hoje. A variedade do emprego da língua portuguesa, em prosa e poesia, para compor obras nos gêneros épico, lírico e dramático, é uma possibilidade concreta da fruição dos livros do Catálogo de literatura portuguesa.
Indicamos abaixo alguns títulos, organizados por séculos de composição:
Séculos XII/XIII
- Cantigas de amigo do galego-português, Elisabete Peiruque e Susana Ventura
Século XVI
- Auto da barca do inferno em quadrinhos, Gil Vicente/Laudo Ferreira
- Os Lusíadas em quadrinhos, Luís Vaz de Camões/Fido Nesti
- Versos de amor e morte, Luís Vaz de Camões/ Fido Nesti. Organização de Nelly Novaes Coelho
Século XIX/transição para XX
- Dez contos do além-mar, Adolfo Coelho e Teófilo Braga/Taisa Borges. Organização de Ana Carolina Carvalho
- Branca-Flor e outros contos, Ana de Castro Osório/Renato Izabela. Seleção e apresentação de Bartolomeu Campos de Queirós
Século XX
- Florbela Espanca – Antologia de poemas para a juventude, Florbela Espanca/Taisa Borges. Organização e apresentação de Denyse Cantuária
- Dentes de rato, Agustina Bessa-Luís/Renato Izabela. Apresentação de Nelly Novaes Coelho
- Versos para os pais lerem aos filhos em noites de luar, José Jorge Letria/André Letria
- O cão e o gato, António Torrado/André Letria
- A instrumentalina, Lídia Jorge
Século XXI
- Enquanto o meu cabelo crescia, Isabel Minhós Martins/Madalena Matoso
- Eu só – só eu, Ana Saldanha/Yara Kono
- Meia hora para mudar a minha vida, Alice Vieira
- A contradição humana, Afonso Cruz
O melhor da literatura portuguesa e os clássicos
“Certamente, você já vem se preparando há algum tempo para ser um feliz habitante do mundo da literatura – o mundo feito de palavras que torna a nossa vida real muito mais rica” — Apresentação a Dentes de rato, de Agustina Bessa-Luís, por Nelly Novaes Coelho
No Catálogo de literatura portuguesa da Editora Peirópolis você tem contato com o melhor da literatura produzida em Portugal ao longo de muitos séculos. O “mundo feito de palavras” evocado por Nelly Novaes Coelho na apresentação a Dentes de rato tem sido construído pela escolha criteriosa de obras realmente significativas para a vida dos leitores. Grandes nomes da literatura e da ilustração estão ao lado de novos artistas que assinam o melhor da literatura para crianças e jovens em Portugal na contemporaneidade. Procuramos assim aliar os clássicos a obras contemporâneas. E já que falamos em clássicos, por que não lermos o que a Professora Nelly Novaes Coelho nos diz sobre eles em Versos de amor e morte, de Luís de Camões?
Por que ler os clássicos?
Talvez uma primeira resposta esteja na Grande Verdade da Vida, que Camões sintetizou nos versos:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança,
todo o mundo é composto de mudança.
Você, jovem mutante deste início do século XXI, talvez ainda não tenha reparado nem pensado nesse fenômeno – o da contínua mudança das coisas. Sem dúvida não reparou. Por um lado, porque a experiência da vida exige tempo e você “entrou” no mundo há pouco. Por outro lado, porque o belo/horrível mágico/veloz cyberspace em que nos coube viver é mudança pura. E, vivendo dentro dela, não podemos vê-la… a não ser que preparemos o nosso “olhar”, para enxergar além das meras aparências.
Alguns dos nossos clássicos e suas leituras vistas pelos artistas que publicam pela Peirópolis
Após lermos o que disse Nelly Novaes Coelho, de maneira tão sintonizada com o mundo de hoje, que tal escutarmos dois artistas que realizaram adaptações de obras clássicas para o universo das histórias em quadrinhos?
Fido Nesti, adaptador e ilustrador, fala sobre seu trabalho em Os Lusíadas em quadrinhos:
Extraí dos dez cantos (8.816 versos) os trechos que julguei mais relevantes e populares: a trágica história de Inês de Castro, as experientes palavras do Velho do Restelo, o dramático encontro com o Gigante Adamastor e os suspiros lascivos da Ilha dos Amores.
Laudo Ferreira fala sobre seu trabalho com o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente:
Mais que abrigar um texto dramatúrgico em páginas de HQ, tomei Gil Vicente como um parceiro: dei liberdade aos devaneios visuais para criar uma figura muito mais que sarcástica de um diabo, meio bufão, meio enfant terrible, que o tempo todo brinca, se diverte, debocha da corja que vai aparecendo num indeterminado cais – pronta para a derradeira viagem às terras infernais, como diz o protagonista do auto, mas crente que o destino é outro. O diabo ri e se diverte com isso, assim como nós, leitores.
O Catálogo de literatura portuguesa da Editora Peirópolis inclui vários clássicos. Também há pontes possíveis com outros clássicos europeus editados por nós. Veja abaixo algumas sugestões:
Catálogo de literatura portuguesa
- Auto da barca do inferno em quadrinhos, Gil Vicente/Laudo Ferreira
- Os Lusíadas em quadrinhos, Luís de Camões/Fido Nesti
- Versos de amor e morte, Luís de Camões/Fido Nesti. Organizados por Nelly Novaes Coelho
- Fernando Pessoa em quadrinhos, Susana Ventura/Eloar Guazzelli
- Antologia de poemas portugueses para a juventude. Organização e apresentação de Henriqueta Lisboa/Taisa Borges
Pontes com outras publicações da Peirópolis
- Conto de escola em quadrinhos, Machado de Assis/Silvino
- Demônios em quadrinhos, Aluísio Azevedo/Eloar Guazzelli
- Dom Quixote em quadrinhos, Miguel de Cervantes/Caco Galhardo
- Rinconete e Cortadilho, Miguel de Cervantes/Caco Galhardo
- O corvo em quadrinhos, Edgar Allan Poe/ Luciano Irrthum
- A Divina Comédia em quadrinhos, Dante Alighieri/Piero e Giuseppe Bagnariol
- Frankenstein em quadrinhos, Mary Shelley/Taisa Borges
Por uma educação visual
Poder olhar para as personagens e vê-las se movimentando na folha de papel é uma contribuição inigualável para a compreensão de um texto tão complexo, escrito em versos e tão marcado pela rima e pelo ritmo que o português arcaico impõe.
Prefácio de Maurício Soares Filho a Auto da barca do inferno em quadrinhos Fido é um dos integrantes da nova geração de desenhistas brasileiros que dialogam com o mundo por meio da linguagem dos quadrinhos e declaram suas influências estéticas e paixões literárias sem o menor pudor, criando imagens quase cinematográficas como as deste livro.
Prefácio de Denyse Cantuária a Os Lusíadas em quadrinhos Maurício Soares Filho e Denyse Cantuária expressam a apreciação de especialistas em literatura em seus prefácios a dois títulos da coleção Clássicos em HQ da Editora Peirópolis, testemunhando o impacto da leitura de textos clássicos que recebem leituras visuais em dois dos títulos de nosso catálogo que experimentam maior sucesso entre o público jovem.
Como um todo, o Catálogo de literatura portuguesa da Editora Peirópolis oferece variedade e qualidade de ilustradores, sofisticação de projetos gráficos e qualidade de seus livros. Se os livros para crianças e jovens são, por vezes, as primeiras galerias de arte que elas e seus pais e professores visitam mais a fundo, o nosso acervo pode ser importante ferramenta para o desenvolvimento de uma educação visual de qualidade.
Essa educação visual pode ser o primeiro passo de uma educação estética apurada, podendo conduzir os jovens leitores a buscarem, além da literatura, um envolvimento maior com as artes plásticas em geral.
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