Simbad, o marujo: PNLD 2020
Traduzida e adaptada por Alaíde Lisboa com ilustrações de Angelo Abu, a narrativa Simbad, o marujo é um dos contos que integram o clássico ‘As mil e uma noites’, obra de autoria anônima que reúne relatos das culturas árabe, persa etc. A história narra as peripécias do marinheiro de Bagdá que viaja pelos mares da África e da Ásia, acumulando aventuras e riquezas. A obra traz belas ilustrações que traduzem o clima de aventura da narrativa e aproximam o leitor da cultura dos povos orientais. Há um texto de apresentação da obra direcionado ao leitor, de autoria da tradutora, no início do livro. Ao final da obra, dois textos trazem informações sobre tradutora/adaptadora e ilustrador do texto.
Este livro foi selecionado para o PNLD 2020 na Categoria 2 (Obra literária voltada para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental), com os temas: encontros com a diferença; diálogos com a história e a filosofia; ficção científica, mistério e fantasia. Sendo do gênero de obras clássicas da literatura universal.
“Alguém já disse que a literatura se alimenta da própria literatura… Simbad, este intrépido marujo, é personagem que já incorporou o imaginário universal. Vem de outras eras, vem dos escaninhos perdidos da história. Uma história que foi, mas que continua sendo, por isso, é personagem que, sem se desligar da tradição, faz, ainda, parte do nosso repertório atual, do imaginário cotidiano. Retratado de múltiplas maneiras pelo universo da Arte (cinema, poesia, pintura, canto, literatura, etc) a personagem continua a nos motivar, mais que isso, a nos provocar, a nos instigar, a nos fazer também querer sair do marasmo e empreender novas aventuras. Como inúmeros personagens da literatura, espelhos de nosso interior, também somos seres ávidos, ávidos de aventuras, prenhes de sonhos, procurando – entre o medo e o desejo – sempre o novo.
Somos seres da palavra, necessitamos de narrativas. Espelhos d’alma, elas embalam os nossos sonhos, motivam e impulsionam ocultas aspirações, alimentam incontáveis desejos (sufocados, alguns inconfessáveis), provocam outros tantos desejos. Somos movidos pelo instinto de vida. Viver é tentar conferir realidade aos desejos, à nossa sede de aventura. A adolescência é uma fase de inquietações, de descobertas, de autoafirmações. Quem não passou por isso? Esta narrativa, tradicional e moderna, representa, metaforicamente, um convite gostoso ao se deixar levar pelas nossas aventuras em mares que não são necessariamente os mesmos mares singrados pelo marujo.”
(por Joel Cardoso – professor de História da Arte, do Cinema e do Audiovisual na Universidade Federal do Pará)
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