Release: Luiz Gama, a saga de um libertador
Editora Peirópolis lança a biografia de Luiz Gama para jovens leitores de todas as idades
Este pequeno livro resgata a trajetória de um grande homem, que desafiou a estrutura arcaica e escravagista do Brasil do século XIX e dedicou a vida a defender a libertação de pessoas escravizadas.
Por meio de uma narrativa envolvente, esta biografia romanceada narra a saga de um libertador, os momentos marcantes da vida desse homem plural que viria a ser reconhecido como intelectual brilhante e ativista incansável.
Passeamos pela história de amor de um fidalgo que compra a carta de alforria da amada; conhecemos o cotidiano de Luizinho e a mãe, Dona Luiza, mulher decidida e famosa quituteira, comprometida com a luta pela liberdade dos escravizados; embarcamos em um navio rumo ao Rio de Janeiro junto com Luiz, recém vendido como escravo pelo pai, embora tenha nascido livre.
E ainda testemunhamos a sua fuga do interior de São Paulo, a busca pela mãe no Rio de Janeiro, o período como soldado, além de vê-lo se tornar amanuense, rábula, jornalista, poeta, escritor e ativista que libertou mais de 500 escravos..
Segundo o crítico literário Tom Farias, o livro “atende a curiosidade daqueles e daquelas, especialmente jovens, homens e mulheres, pretas e pretos, que desejarem saber um pouco mais sobre uma história tão surpreendente quanto inspiradora. O negro Luiz Gama não deve ser só considerado o Patrono da Abolição no Brasil, mas, acima de qualquer outro, um dos nossos melhores brasileiros.”
“Luiz Gama, a saga de um libertador traz esse gostinho de uma obra que atende a curiosidade daqueles e daquelas, especialmente jovens, homens e mulheres, pretas e pretos, que desejarem saber um pouco mais sobre uma história tão surpreendente quanto inspiradora. O negro Luiz Gama não deve ser só considerado o Patrono da Abolição no Brasil, mas, acima de qualquer outro, um dos nossos melhores brasileiros.”
Tom Farias
Sobre a autora
Magui é psicóloga educacional, com vasta experiência com crianças, adolescentes e jovens.
Trabalhou na TV Cultura no início da década de 70, na primeira versão brasileira do programa Vila Sésamo. Escreveu várias histórias publicadas na Revista Recreio, da Editora Abril, que também foram traduzidas para diversas línguas.
Atuou na instituição Aldeias SOS, que se dedica a acolher crianças em situação de vulnerabilidade social. Lá dedicou-se ao estudo de meninos e meninas com dificuldades de se adaptar à escola e elaborou, então, junto a uma equipe de educadores, um projeto para uma escola que fizesse mais sentido para essas crianças.
Este trabalho resultou na fundação da Associação Educacional Labor, que se dedica à formação de professores de escolas públicas.
É autora de diversos livros de histórias infantis, entre eles, O Lápis da Fada, O Tesouro da Gincana, Contos de Natal, Karin – Uma história verdadeira.
Também é autora da biografia A vida de José de Anchieta para crianças.
Leia a entrevista com a autora Magui
Entrevista com MAGUI
- Como conhecer a biografia de Luiz Gama contribui para construir uma sociedade justa e democrática, livre de racismo?
R1 – A sociedade brasileira foi estruturada tendo o racismo como elemento fundador. Os mais de 300 anos de escravidão no Brasil ainda deixam marcas profundas em desigualdade e preconceito. Ser antirracista não deve ser uma escolha, deve ser um dever de todos aqueles que desejam uma sociedade mais justa. Luiz Gama é um exemplo, com sua vida e obra, de como podemos lutar contra o racismo.
- Por que escrever para as crianças sobre acontecimentos históricos traumáticos, como a diáspora e a escrivão negra, o Holocausto e a guerra?
R2 – Conhecer a história é fundamental para que as crianças possam refletir sobre como nossa sociedade foi se desenvolvendo e se posicionar com seu entendimento. No entanto, eventos traumáticos e violentos não estão restritos apenas à história. Como exemplo, os contos de fada são uma sucessão de tragédias e violência. Branca de Neve, por exemplo, começa com a encomenda da sua morte e de arrancar o seu coração.
- Suavizar ou omitir fatos históricos no jovem leitor pode comprometer seu olhar crítico para a realidade?
R3 – Pode. E é uma pena. Injusto, não verdadeiro, enganação sem sentido.
- Recentemente vivemos uma revisão dos arquivos da memória cultural e suas operações: monumentos, heróis em revisão. Você acredita nesta reconstrução?
R4 – Não se deve descartar o passado nem para ficar em paz com a sua consciência. É importante saber o que aconteceu, mesmo que seja julgado com as circunstâncias que vão atenuar culpas. As crianças têm direito à verdade!
- Qual foi a sua opção na hora de descrever a infância desse líder abolicionista e jornalista? Como foi o tratamento que deu ao texto, que preocupações a rodearam, que espírito a animou?
R5 – A autobiografia de Luiz Gama começa justamente com passagens sobre sua infância e traz um fato crucial que determina toda a sua vida. É tão marcante que serve como minha inspiração para escrever sobre esse período.
Luiz Gama combate todos os argumentos racistas; além disso, mostra a importância da leitura e escrita, que foi o ponto de partida da superação. Gosto disso! Tenho um conjunto de histórias pra combater o racismo e orgulhar crianças negras. Inclusive uma biografia do Jesse Owens que eu chamo de “Histórias quase verdadeiras”.
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