Macunaíma em quadrinhos – release
Editora Peirópolis lança Macunaíma em HQ
A Editora Peirópolis lança, este mês, a adaptação para quadrinhos de Macunaíma, uma das mais importantes obras da literatura nacional, escrita por Mário de Andrade (1893-1945), expoente do modernismo brasileiro. A obra entrou em domínio público em 1° de Janeiro de 2016 e esta é a sua primeira quadrinização.
Macunaíma em quadrinhos é o 15o título da coleção Clássicos em HQ, que já conta com o sucesso de Dom Quixote, Os Lusíadas, Odisseia, Divina Comédia, Auto da Barca do Inferno, dentre outros. (para conhecer a coleção, acesse https://www.editorapeiropolis.com.br/2013/12/02/classicos-emhq/)
Originado da primeira fase modernista do Brasil, o livro narra a saga de um anti-herói, preguiçoso e sem caráter. “Quando li Macunaíma pela primeira vez me encantei pela linguagem e aquela mistura de humor, erotismo, poesia e escracho”, revela Angelo Abu. Escrito em apenas uma semana – em dezembro de 1926, e lançado dois anos depois – em 1928, a publicação causou extrema agitação. Prevendo esse impacto, Mário disse, na época, que o que escreveu “não é um romance, nem um poema, nem uma epopéia.” (…) “Diria antes, que é um “coquetel. Um sacolejado de quanta coisa há por aí.” E terminou chamando o livro de rapsódia. Como as rapsódias musicais, compostas por uma variedade de cantos populares, Macunaíma é construído numa espécie de colagem feita com folclore, histórias de origens variadas, superstições, neologismos, palavras em tupi e anedotas que condensam o caráter do povo e cultura brasileira.
A edição de Ângelo Abu e Dan-X transporta o leitor para a época tupiniquim no Brasil, preservando o espírito da obra ao mesmo tempo em que se adapta à linguagem moderna. “A adaptação para os quadrinhos aumenta a procura por esse tipo de leitura e aproxima os jovens. E também, espinho que ‘pinica’ de pequeno já traz ponta. Quanto mais versões, mais vasta a realidade”, afirma Abu. Macunaíma em quadrinhos Angelo Abu e Dan X 80 páginas ISBN 978-85-7596-382-1 39 reais Nesta adaptação, a obra conta com detalhes não imaginados no original, que agora ganham cor e traços. “Entender como cada autor representou determinadas personagens ou estruturas da composição matriz possibilita compreender que a quadrinização é uma outra obra, também autoral; é o depoimento de leitura de um artista gráfico para ser compartilhado. Ela pode ajudar a conquistar leitores para o clássico, abrir os significados do título e até motivar sua retomada”, afirma Renata Borges, diretora da Editora Peirópolis.
Previsto para ser lançado durante o Festival Literário de Paraty, em 2015 – onde ocorreu uma homenagem para Mário de Andrade, a inserção do HQ no mercado editorial foi adiada por cerca de um ano. Isto porque uma das exigências para que uma obra entre em domínio público é completar 70 anos, ou mais, de falecimento do autor – o que, no caso de Mário de Andrade, ocorreu em 2016. Macunaíma, e todos os títulos da coleção Clássicos em HQ, estão disponíveis em e-book em todos os formatos e para todos os dispositivos (Kobo/Cultura, Kindle/Amazon e e-pub Apple/demais plataformas de leitura).
Sobre os autores
Mário Raul de Andrade (1893-1945) foi um dos criadores do modernismo no Brasil, era de família rica e aristocrática. Formou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde depois virou professor. Seu trabalho com a literatura começou bem cedo, ainda em 1917, publicou o primeiro livro, Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema. Após este sua obra só cresceu, Amar, Verbo Intransitivo (1927); Clã do Jabuti (também de 1927), Macunaíma (1928) e Ensaio Sobre a Música Brasileira (1928). Junto com Oswald de Andrade e outros intelectuais, Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922. Morreu de ataque cardíaco, aos 51 anos. Sua obra poética foi reunida e publicada postumamente em Poesias Completas.
Angelo Abu nasceu em Belo Horizonte, em 1974. Ilustrou seu primeiro livro em 1995, como resultado de uma oficina no Festival de Inverno de Ouro Preto. Em 2000, formou-se em cinema de animação pela Escola de Belas Artes da UFMG. Em 2010 ficou em primeiro lugar na categoria caricatura no concurso de ilustração do jornal Folha de S. Paulo, para o qual posteriormente veio a colaborar algumas vezes. Ilustrou mais de 70 livros, dentre eles, Um Dia, um Pássaro, de Sônia Junqueira e Simbad, adaptado das Mil e Uma Noites por Alaíde Lisboa, ambos pela Peirópolis.
Sobre a Editora Peirópolis
Criada em 1994, a Peirópolis tem uma coleção de adaptações de clássicos para quadrinhos intitulada Clássicos em HQ, além de uma linha editorial infantojuvenil premiada e reconhecida. O catálogo diversifica-se pela área de educação, desenvolvimento social e meio ambiente. De Angelo Abu, a Peirópolis publicou as obras Simbad, o Marujo, de Alaíde Lisboa e Um dia, um Pássaro, de Sônia Junqueira.
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