Linha – Conteúdo complementar
Linha – v.3 de Edith Derdyk
Qualquer lugar pode ser um espaço para a linha caminhar, traçar, dançar, escrever, tracejar figuras com lápis, pincel, canetinha, pedra, graveto, tesoura, carvão ou, quem sabe, até com as próprias mãos. Assim é a vida das linhas – elas nascem do encontro entre quem gosta de desenhar com qualquer instrumento que risca e marca uma linha em algum lugar. E deste encontro nascem linhas muito diferentes entre si: linha redonda, linha reta, linha áspera, linha lisa, linha tracejada, linha macia, linha dura, linha mole, linha líquida, linha seca, linha ondulada, linha pontiaguda, linha fina, linha gorda…linhas que passeiam pelas coisas que existem no mundo! Quem nunca viu uma linha de horizonte que sobe e desce redonda pelas montanhas — linha que a gente nunca pega nas mãos, mas ela está sempre ali, sempre adiante? E quem nunca ficou numa linha de ônibus ou de trem ou de supermercado — linha feita de gente, tracejada ponto por ponto, esperando a vez de passar? Quem nunca observou uma linha de costura — fio que brinca de esconde-esconde, aparece e desaparece junto com a agulha furando o pano? E as linhas da mão, as linhas instantâneas que marcam as ondas do mar na areia da praia, as linhas das nervuras das folhas e dos troncos das árvores? Quem nunca ouviu falar da linha do tempo, uma linha invisível, mas que sentimos passar? Assim é a vida das linhas – presente em todas as coisas do mundo, prontinhas para serem capturadas pelo nosso gesto, pelo nosso olhar, pois o desenho existe porque existem linhas!
Coleção Viu v.3 Linha / Edith Derdyk
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Conheça o material complementar
VIÉS (Edith Derdyk)
Ficha técnica
Gênero: Vídeo experimental.
Palavras-chave: Linha; ritmo; composição; arte contemporânea; pesquisa em arte.
Foco: Forma-Conteúdo.
Tema: Registro poético da exposição da artista no MASP (1990); os recortes da filmagem e a trilha musical foram compostos especialmente e interagem com o ritmo criado pelas linhas do trabalho de Edith Derdyk.
Artista abordada: Edith Derdyk.
Indicação: 7a e 8a séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Direção: Arnaldo Chain.
Realização/Produção: Arnaldo Chain.
Ano de produção: 1990.
Duração: 5’.
Coleção/Série: Ensaio.
Documentário: A COR DA CRIAÇÃO (Paulo Pasta)
Sinopse
Este documentário apresenta a exposição Viés (Museu de Arte de São Paulo/MASP, 1990), individual da paulista Edith Derdyk. Registra os resultados de seu projeto de pesquisa em arte, premiado com a Bolsa Anual para Artes Visuais/FIAT. Nessa pesquisa, a artista explora as relações entre duas naturezas de linhas, texturas e planos: os desenhados e pintados no suporte e os criados pelo método de recortar e costurar, com diferentes tipos de linhas, a trama do tecido. O olhar do espectador passeia pelos detalhes das obras, focaliza os elementos visuais e observa o espaço da exposição. A interação entre as linguagens do documentário, a trilha musical composta pelo músico Paulo Tatit e as obras da artista confere a esse registro da exposição um sentido especialmente poético e interpretativo.
Sobre Edith Derdyk (São Paulo/SP, 1955)
Sempre desenhei. Frequentei o ateliê de Paulina Rabinovitch, de pequena até perto dos 20 anos (…) foi uma das coisas fundamentais e inesquecíveis em minha formação sensível, humana e intelectual. (…) a fundamentação e o alicerce que asseguram a minha relação de paixão com o desenho e com a arte, estão diretamente vinculados à vivência que (…) me foi dada por meus pais em minha infância. (…) A memória é viva (…) colorida e nítida. Desenhando, fazendo expressão corporal, pintando o corpo, confeccionando máscaras, construindo coisas, brincando de teatrinho com os pequeninos, na época em que era professora assistente. A raiz do gosto de desenhar provém de uma infância e de uma adolescência “não-adormecida”, um dos segredos brilhantes do trabalho realizado intensamente por Paulina. (…)
Edith Derdyk é artista visual e educadora. Autora de diversos livros, entre eles: Entre ser um e ser mil: o livro de artista como objeto poético (Senac, 2013), Disegno. Desenho. Desígnio (Senac, 2008). Contemplada por inúmeros prêmios tais como: Doctora Honoris Causa, Instituto de Estudos Críticos, Cidade do México, 2017, APCA 2002 Artes Visuais Bolsa The Rockfeller Foundation/Residência Artística Bellagio Center, Itália 1998. Desde 1981, realiza exposições coletivas e individuais. No Brasil, em espaços como os Museus de Arte Moderna de São Paulo, SP e do Rio de Janeiro, RJ; Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; e Instituto Tomie Ohtake, SP. No exterior, em países como Alemanha, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, México, Portugal e Suécia.
Entrevista para o Instituto Arte na Escola
Mais sobre EDITH DERDYK
Enciclopédia Itaú Cultural
Ateliê de Edith Derdyk, para Bravo!
Ateliê de Edith Derdyk, para Metrópolis, na TV Cultura
Sobre artes visuais, para SescTV
Museu vivo, para SescTV
Entre linhas, no Porto Iracema Das Artes
Obras, biografia e vida: Edith Derdyk
Conheça a coleção completa
A Coleção Viu é um convite para olhar com olhos de ver. Olhar demorado, que investiga as formas, as linhas e as cores das coisas que estão por aí, perto da gente todos os dias. Será que a gente tem o hábito de parar para olhar as coisas bem devagar? Seguir o fio de uma linha, observar onde ela enrosca, as curvas que faz, sentir como nos afetam as cores, descobrir cada forma dos objetos…
Além de provocar o leitor a ver melhor, os livros dessa coleção assinados por Paulo Pasta, Guto Lacaz e Edith Derdyk também são um convite para o desenho. De tanto olhar, dá até vontade de pegar um lápis e desenhar as formas, as linhas e as cores que compõem todas as coisas do mundo, compartilhando de um jeito único a visão do que cada um viu.
São livros diferentes dos livros de histórias. Talvez sejam livros como as crianças nunca viram antes, mas que também ampliam o olhar para o mundo, ao alimentarem a imaginação e o repertório de formas, linhas e cores, colaborando com o processo criativo das crianças na arte.
Cor – v.1 de Paulo Pasta
As cores que conhecemos são as mesmas que vemos? Recordamos? Amamos? Imaginamos? Acho que o que vemos é diferente do que conhecemos e do que imaginamos. O que conhecemos depende muito do que sentimos. E quanto mais conhecemos, mais vemos. Por isso também não vemos igual. Cada um vê de uma maneira diferente. As cores podem ser as pontes e janelas que ligam o que vemos ao que sentimos. É isso que faz com que elas sejam mais interessantes quando usadas pelos pintores. O pintor não pinta só o que vê. O que ele pinta depende muito do que ele sente, sonha, lembra e imagina. Tudo isso é real para o pintor. O real pode ser, então, o que vemos e também o que não vemos.
Forma – v.2 de Guto Lacaz
Neste livro, o autor se apropriou de formas para fazer colagens digitais que mostram a riqueza de desenho das coisas no mundo e suas relações de forma e cor. Para ele existem dois tipos de desenho: os da natureza, fauna, flora e minerais, e os criados pelo ser humano, por artesãos ou pela indústria. Aqui vocês verão de insetos a vegetais e pássaros, de pregos a aviões. Procure desenhar as formas que você vê: o que está sobre a mesa, pequenas composições, cenas domésticas, vasinhos, brinquedos, animais etc. Lembre-se, desenho não é fotografia. Não precisa nem deve sair igual. Cada pessoa tem um desenho, como uma caligrafia, que também é um desenho. Só desenhando o que você vê é que você entende sua natureza.
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