Esse lirismo que a excetua, uma carícia simples, dor recôndita em sorriso leve e a frase contida – coisas raras na poesia nacional.
Mário de Andrade
Coração magoado (1941)Esse lirismo que a excetua, uma carícia simples, dor recôndita em sorriso leve e a frase contida – coisas raras na poesia nacional.
Mário de Andrade
Coração magoado (1941)Henriqueta Lisboa é hoje um dos poetas mais puros do Brasil. A forma límpida, cristal sem jaça de sua poesia, a agudeza das imagens, a densidade das palavras, a segurança do ritmo, sua humildade, constituem sua força expressiva e comunicativa.
Sérgio Milliet
Flor da morte e lembrança de Rilke (1950)Já disseram da poesia de Henriqueta que ela se caracteriza por uma constante perfeição (como a de Cecília Meireles). Mas essa perfeição não é fruto de fácil virtuosidade: é perfeição de natureza ascética, adquirida à força de difíceis exercícios espirituais, de rigorosa economia vocabular.
Manuel Bandeira
Dante e Henriqueta (1959)(...) toda a produção de Henriqueta Lisboa é um convite insistente para que não deixemos passar despercebido nenhum dos elementos que nos rodeiam e nos espiam. Mas para tanto é necessário nomeá-los com palavras justas e escolhidas como fez a poeta.
Bartolomeu Campos de Queirós
Luz da lua (2006)Henriqueta Lisboa destila poesia, servindo-se da matéria prima em que outros saberiam encontrar apenas aniquilamento ou desespero. Por isso tal poesia é tão confortadora, na sua especial dolência; quase diria: na sua morbidez. E por isso nos comove tanto, sem recorrer a qualquer artifício sentimental.
Carlos Drummond de Andrade
Um poeta conta-nos da morte (1952)Nenhuma concessão ao convencional, neste livro, nenhum sentimentalismo fácil. Um grande tato na busca da expressão, com belos achados técnicos, e a exumação da palavra trasflor. Sentimento, há muito, mas, junto com ele, o pudor do sentimento, que dá em resultado poemas densos e tensos como “Elegia”, um poema definitivo.
Mário Quintana
A face lívida (1945)Em 2021 completam-se 120 anos do nascimento de Henriqueta Lisboa (1901-1985) e a Editora Peirópolis, em comemoração dessa data e em tributo à sua poesia, “esta maravilhosa deidade a que votei toda uma existência”, publica Henriqueta Lisboa – Obra completa: poesia, poesia traduzida e prosa, em três volumes, organizada por Reinaldo Marques e Wander Melo Miranda, a que vão se somar outras edições de seus livros e um site que disponibilizará a versão digital das mais de 2 mil páginas da obra completa, além de trazer outras matérias sobre a autora, entre as quais uma edição fac-símile de Fogo-fátuo (1924), seu livro de estreia, renegada diversas vezes por ela mesma.
Ainda em celebração dos 120 anos, serão lançados em formato impresso livros de poemas avulsos, como Flor da morte (1ª edição em 1949), Alvo humano (1973) e Pousada do ser (1982); a tradução dos cantos do “Purgatório”, uma das partes que compõem A divina comédia, de Dante Alighieri, que integrará a coleção “Clássicos de bolso”; e Poemas escolhidos de Gabriela Mistral, com as poesias traduzidas por Henriqueta da poeta chilena, primeiro autor latino-americano a ganhar um prêmio Nobel de literatura, em 1945.
Henriqueta Lisboa fez brotar “do silêncio e da sombra [de] sua morada” páginas de poesia “delicadamente, sem atropelos das modas, liricamente”, como atesta Affonso Romano de Sant’Anna. E, agora, nas mais de 2 mil páginas de sua Obra completa, pode-se conhecer de sua prosa e de sua poesia, “não importa se ela esteja no fundo do poço ou no voo do pássaro”, ou escrita em outra língua, que ela transpôs para a nossa, para “orgulho de nossas letras”, segundo Carlos Drummond de Andrade.
Henriqueta Lisboa nasceu em Lambari, sul de Minas Gerais, em 1901. Desde cedo gostou de poesias. A brincadeira da menina de compor versos na lousa se estendeu por algum tempo, mas um dia a diversão tornou-se em ofício, e o quadro-negro frio, em páginas cálidas. Suas poesias, ensaios, traduções e outras manifestações culturais estão agora reunidos no livro Henriqueta Lisboa - Obra completa: poesia, poesia traduzida e prosa, em mais de 2 mil páginas que revelam, segundo o poeta Carlos Drummond de Andrade, os "instantes mais altos [...] atingidos por este tímido e esquivo poeta".
Considerada um dos grandes nomes da lírica modernista pela crítica, Henriqueta manteve-se sempre atuante e em contato com os escritores e intelectuais de sua geração e cativou muitos leitores ilustres, como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Gabriela Mistral, Alfonsina Storni e, especialmente, Mário de Andrade, com quem manteve uma rica e vasta correspondência, entre 1940 e 1945, e cujas cartas deram origem ao livro Correspondência Mário de Andrade & Henriqueta Lisboa, publicado pelas editoras Peirópolis e Edusp.
A diversidade e a virtude das obras de Henriqueta são testemunhadas pela riqueza da sua fortuna crítica: Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant’Anna, Ângela Vaz Leão, Mário Quintana, Blanca Lobo Filho, Sérgio Buarque de Holanda, Ferreira Gullar, Sérgio Buarque de Holanda, Gabriela Mistral, Mário de Andrade e Bartolomeu Campos de Queirós, entre outros, discorrem sobre a poeta, a ensaísta, a tradutora e a professora Henriqueta Lisboa.
A vida de Henriqueta Lisboa em momentos e imagens: livros, prêmios, condecorações, cartas... Uma rápida viagem por documentos e fotografias que registram a trajetória da autora e se encontram preservados e disponíveis para pesquisa no Acervo de Escritores Mineiros da UFMG.
Henriqueta Lisboa dedicou-se à poesia, sua profissão de fé, à crítica literária e à tradução. Além disso, escreveu cartas, organizou coletâneas e colaborou em diversos órgãos da imprensa. Muitos escreveram sobre Henriqueta e sua obra, no Brasil e no exterior. Nesta seção você vai conhecer os livros da autora e sobre a autora.