Entrevista com Barbatuques
Leia a entrevista com os autores dos livros Barbatuques: música, jogos e brincadeiras e ABCTuques.
Peirópolis: Tocar sem instrumentos é algo bem diferente do que estamos acostumados a ver. Como surgiu essa forma de fazer música?
Giba Alves:
Embora essa seja, possivelmente, a forma mais primitiva de fazer música, no caso do Barbatuques, surgiu como uma brincadeira entre amigos que gostavam de fazer música e brincavam de percussão corporal. Era uma coisa que o Barba fazia desde a adolescência. Com o passar dos anos, ele foi contagiando mais pessoas com isso e percebemos que a brincadeira era o embrião de uma linguagem que foi se aprofundando enquanto e pesquisa, e se revelando uma forma não só de tocar, mas de ensinar música. Além do trabalho que envolve a parte artística como acontece nos shows, o grupo sempre teve esse olhar para a música corporal como uma valiosa ferramenta para os professores, não só os de música.
P: No trabalho de vocês existe uma grande exploração corporal. Vocês têm algum profissional de corpo que ajuda nessa investigação? Existem algumas dicas sobre como deixar o corpo mais sonoro?
João Simão:
Ao longo da história do grupo tivemos algumas pessoas da área de corpo e movimento que auxiliaram na exploração do corpo cênico e musical principalmente para os espetáculos e show que criamos ao longo destes 25 anos. Dentro da pesquisa nos ensaios e nas práticas pedagógicas o grupo possui integrantes com formação para além da área musical com uma abordagem do corpo no teatro, na Educação física, na dança, no canto e na cultura popular. Uma sugestão para deixar o corpo mais sonoro é preparar eles para tocar, como se fossemos “afinar” nosso instrumento. Fazer um aquecimento leve movimentando as articulações dos braços, pernas, pés, quadril, cabeça e coluna. Um alongamento leve do corpo como um todo preparando nossa mente e corpo para a atividade corporal e musical. Muito importante tocar sem usar força em excesso para não machucar nosso instrumento. É comum as mãos ficarem um pouco vermelhas. Às vezes, no início, usamos muita força para fazer alguns sons. Aos poucos, com a prática, vamos relaxando e usando menos força e aprimorando a técnica que cada som precisa para ser produzido.
P: O brincar é algo muito presente nas propostas apresentadas por vocês no livro, por meio de diferentes jogos musicais e corporais. Vocês brincam enquanto ensaiam? Existem momentos de improvisação que contribuem para a criação desses jogos?
Maurício Maas:
A presença de elementos lúdicos é uma das grandes características existentes na pesquisa artística e pedagógica que o Barbatuques desenvolve, tanto em suas composições quanto nos jogos musicais praticados nos ensaios e oficinas. É interessante perceber que, na nossa língua portuguesa, existem diferentes entendimentos em relação aos verbos “brincar” e “jogar”, ao contrário do verbo “to play”, por exemplo, que possui diversos significados. Na pesquisa que o Barbatuques desenvolve, não existem estas fronteiras entre o “tocar” e “brincar”, pois a ludicidade está presente o tempo todo quando se pratica a música corporal, e isto se reflete tanto nas nossas apresentações nos shows quanto nos ensaios do grupo. Nos processos de composição e montagem dos espetáculos “Tum Pá” e “Só + 1 Pouquinho”, concebidos especificamente para o público infantil, a presença destes elementos lúdicos ficou bem mais destacada, realçando o clima de brincadeira nos ensaios, gravações e apresentações destas obras. Em relação aos momentos de improvisação na criação de jogos, isso pode acontecer quando existem propostas de variações destes jogos, por exemplo, o “Jogo da Flecha”, que pode ser feito caminhando pelo espaço ou variando timbres. Geralmente estas percepções e descobertas podem surgir durante o próprio jogo musical.
P: Algumas das propostas exigem um tantinho de coordenação motora, de agilidade para ganhar velocidade. Vocês têm alguma sugestão de como conseguir essa agilidade, especialmente para pessoas menos hábeis?
João Simão:
O segredo é a repetição e não ter medo de errar. Para aprender precisamos errar e acertar muitas vezes. O som pode demorar um pouco para ser produzido e descoberto. Por isso a repetição é fundamental para aprender. Então, precisamos fazer muito devagar para o corpo entender e memorizar a sequência de movimentos, principalmente as atividades com ritmos e habilidades mais difíceis. Queremos logo fazer rápido! Mas precisamos ter calma e paciência na prática. Até hoje, nas práticas musicais do Barbatuques, quando estamos aprendendo algo novo sempre fazemos devagar para depois ir aos poucos acelerando. Quanto mais difícil mais lento, fica a dica!
P: As músicas apresentadas no livro e outras que vocês tocam dialogam com um repertório da música brasileira. Existem compositores recorrentes, que inspiram o grupo?
Luciana Cestari:
Desde a sua fundação, o Barbatuques se inspira na música brasileira e em sua grande variedade de ritmos e gêneros musicais, buscando referências tanto nas manifestações populares quanto em compositores da música conhecida como MPB. Entre tantos ritmos e gêneros musicais que o grupo utiliza em suas composições, estão presentes o samba, o baião, o maracatu, o coco, o funk carioca, o maxixe, entre outros, todos essencialmente brasileiros. Já quanto aos compositores que nos inspiram, todos os integrantes e compositores do grupo têm muita admiração pelos grandes mestres da composição nacional, que fazem parte da história de vida de cada um e certamente servem como inspiração no momento de compor, quer seja de forma consciente ou inconsciente. Se for para citar alguns, incluiria na lista Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Lenine, entre muitos outros que dão ao nosso país uma das coisas que ele tem de melhor: a música.
P: O tempo da música – a pulsação proposta – é variado, e vai de acordo com cada composição. Pensando que grupos de pessoas costumam ser, diversos como o Barbatuques, vocês diriam que algumas pessoas vão se identificar mais com algumas pulsações e outras pessoas com outras? Sendo assim, como propor um repertório que dê para todo o grupo participar de todas as músicas?
Flávia Maia:
É natural que algumas pessoas se identifiquem mais com uma ou outra canção, não por conta da pulsação necessariamente, mas por causa do estilo, do ritmo, do tema, da melodia etc. A música tem essa magia de nos pegar de um jeito que às vezes nem sabemos muito bem explicar por quê. Uma composição é a expressão de alguém que a criou e ressoa no outros por várias razões, muitas vezes afetivas. Uma coisa interessante de se pensar é que, da mesma forma que somos diversos entre nós, somos também diversos internamente. Um dia estou mais animada e quero ouvir determinada música, em outro momento estou mais introspectiva e vou me atrair por outro tipo de música. Normalmente buscamos aquilo que sintonize com o nosso estado de espírito. Numa obra como um disco, ou mesmo aqui no nosso livro, buscamos, sim, lidar com diferentes estímulos, sensações e assuntos, pois isso enriquece o repertório musical – e afetivo também- de todo mundo que nos escuta.
P: Existe não ter voz para cantar? No Barbatuques todos cantam? Como fazer para conseguir voz de quem acredita que “não tem voz para cantar”?
Luciana Cestari:
Como todas as habilidades, é possível desenvolver a voz para cantar. É claro que existem pessoas que têm mais facilidade para o canto do que outras, talvez porque tenham ouvido muito algum dos genitores ou membros da família cantarem desde a mais tenra infância. Mas é sabido que é possível desenvolver ritmo e afinação. Para isso é necessário a ajuda de um professor de canto e bastante treino. No Barbatuques, a maioria das pessoas canta, mas não todas. Há integrantes que focam mais na percussão e outros mais na voz.
P: Se você tivesse de ajudar alguém a compor uma música, qual dica você daria?
André Hosoi:
Acredito que existem várias maneiras de compor uma música, mas uma coisa é certa: a prática é fundamental. É importante reservar um tempo para isso, seja para criar letras ou músicas instrumentais. Às vezes, temos ideias em momentos inesperados, mas precisamos desenvolvê-las. Por isso, ter uma rotina para pensar na música é essencial. Nem tudo que criamos precisa ser trabalhado, mas muitas ideias podem ser aproveitadas agora ou depois. Além disso, é importante registrar essas ideias, seja gravando ou escrevendo. Confiar apenas na memória pode ser arriscado e podemos acabar perdendo uma boa ideia.
Saiba mais sobre os livros
Barbatuques: Músicas, jogos e brincadeiras
Barbatuques, a banda que toca da cabeça aos pés, chega chegando com esse livro recheado de jogos e brincadeiras para ensinar adultos e crianças a fazer do próprio corpo um instrumento musical. As 9 músicas que o grupo oferece no livro vêm acompanhadas de atividades lúdicas, inovadoras e com potencial pedagógico não só para a educação musical, mas também para o desenvolvimento criativo e afetivo.
Quem se dispõe a explorar o corpo como uma fonte sonora se diverte com a música que ressoa pelos poros, “fazendo a palavra soar e suar”, como diz Chico dos Bonecos em seu prefácio, e experimenta também a arte de improvisar, deixando a criatividade fluir em conexão com outros praticantes.
Os leitores navegam pelo livro com a alegre contribuição de um vocabulário visual que traduz a gramática sonora do Barbatuques, criado pela artista e designer gráfica Ana Starling, e podem acessar vídeos produzidos pelos integrantes do grupo por meio de QR codes que acompanham as músicas.
Agora que você já sabe o que o Barbatuques é – peito, estalo, palma, estalo, pança, coxa e pé –, venha fazer música também!
ABCTuques
ABCtuques é pequeno no tamanho, mas promete fazer barulho, principalmente entre os miúdos. Já pensou a alegria da criançada ao descobrir que é possível fazer música com o próprio corpo?! Não precisa de reco-reco, triângulo, flauta ou tambor porque o instrumento está entre a cabeça e os pés.
Barbatuques e Ana Starling materializam nesse livro o ABC da gramática sonora do grupo de forma simples e atraente. É bonito, é de brincar, de aprender e se divertir junto, tocando o corpo e trocando sons e afeto.
O livro é cria do título Barbatuques – Músicas, jogos e brincadeiras, que se dirige a leitores mais maduros, de crianças a adultos. Em ambos, os leitores podem acessar vídeos produzidos pelos integrantes do grupo por meio de QR codes. São independentes, mas formam uma dupla e tanto como ferramenta para a educação musical.
É tanto som que o corpo tem… Vem fazer música também!
Conheça os autores
André Hosoi
Professor experiente, André Hosoi compartilha seu vasto conhecimento e paixão pela educação musical na Escola Vera Cruz e na Faculdade Cantareira, além de ministrar o curso “Música e seus desdobramentos” na Escola Itaú Cultural desde 2022 e ser professor-convidado no curso de graduação em Música da Unicamp.
É coordenador do grupo Barbatuques por mais de duas décadas, no qual também atua como produtor e instrumentista. E organizou o Songbook Barbatuques vol. 1, de Barbatuques e Carlos Bauzys.
Também se destaca como compositor, produtor e diretor musical em projetos de grande relevância, como a trilha sonora do longa-metragem Perlimps, de Alê Abreu.
Com apresentações e workshops em diversos países, André Hosoi capacita e inspira músicos de todas as idades e origens.
Charles Raszl
Violonista erudito e popular, fez licenciatura em Educação Musical na UFSCar e formou-se em regência coral pela Escola Municipal de Música de São Paulo.
Foi regente do Coral Sesc Itaquera e concebeu e dirigiu espetáculos cênicos musicais, sendo Fio azul, do Collettivo Rosario, o mais recente. Atuou como dançarino e também como diretor musical, compondo trilhas originais para diversos espetáculos de dança e teatro. Em 2013, desenvolveu o solo Pessoa física a partir de sua pesquisa sobre técnicas de música corporal e danças tradicionais brasileiras. Desde então, vem se apresentando e promovendo o workshop “Música corporal na gestualidade das danças brasileiras” em inúmeros países.
Atualmente, é integrante do grupo Barbatuques, diretor musical de companhias de teatro de São Paulo e diretor artístico do Collettivo Rosario, na Itália.
Fernando Barba
Barba brincava de transformar o corpo em instrumento musical desde a adolescência. Formou-se em Música Popular pela Unicamp, especializou-se em rítmica e iniciou sua pesquisa em percussão corporal. Em 1995, começou a ministrar oficinas e desenvolver a metodologia de ensino que culminou na criação do Barbatuques.
Com o grupo, produziu e lançou cinco discos, dois DVDs e realizou workshops e shows no Brasil e no exterior. Trabalhou em palcos e gravações ao lado de artistas como Bobby McFerrin, Keith Terry, Badi Assad e Camille, entre muitos outros. Em 2003, fez a direção musical da peça infantojuvenil Marias do Brasil, com trilha sonora de Chico César, com quem produziu o disco da trilha.
O multi-instrumentista, compositor, arte-educador e diretor musical dedicou-se à direção musical do grupo e do Núcleo Barbatuques até falecer, em 2021.
Flávia Maia
A cantora, percussionista e compositora integrou alguns grupos ao longo de sua carreira, sendo um deles a Palavra Cantada. Seu primeiro trabalho autoral foi na banda Sweet Flavour.
Como integrante do Barbatuques, gravou três discos, dois DVDs e apresentou-se e ministrou oficinas em diversos países até 2016.
É compositora e intérprete da música “Eu vim pra cantar” (Don’t Go Away), com Uakti e Anne Hathaway, da trilha sonora do filme Rio 2.
Flávia é também arte-educadora, escritora e pesquisadora, sendo responsável pela concepção, coordenação pedagógica e formação de educadores do projeto Construindo Música, da Evoluir, e autora de livros didáticos sobre música da editora FTD, do livro-música Todo mundo sente e de Silêncio?, ambos publicados pela editora Evoluir.
Recentemente, lançou as videoartes Pro mato e Desperta, com direção de Marina Guzzo, a partir das canções homônimas de sua autoria em reverência e celebração às forças divinas das matas.
Flávia Maia é apaixonada pelas relações entre natureza, cultura, arte e espiritualidade.
Giba Alves
Giba Alves é baterista graduado pela Los Angeles Music Academy, produtor musical formado pela Universidade Anhembi Morumbi, pós-graduado em Jornalismo pela Fundação Cásper Líbero e em Gestão Estratégica de Esportes pela Fundação Getúlio Vargas.
Integrante e um dos fundadores do grupo Barbatuques, se apresentou e ministrou oficinas em mais de 25 países, tendo participado de todos os discos, DVDs, gravações e espetáculos do grupo. Foi baterista do programa É Tudo Improviso, da TV Bandeirantes, monitor e professor do espetáculo Mãe Gentil, de Ivaldo Bertazzo, e atuou junto a personalidades renomadas da música nacional e internacional.
É fundador e diretor artístico do bloco carnavalesco Acadêmicos do Gato Mia e, atualmente, integra a diretoria de Esportes Radicais do Sport Club Corinthians Paulista.
João Simão
João Paulo Simão é educador físico com mestrado em Educação pela Unicamp. Desde 2003, leciona capoeira, atividades circenses e percussão com ritmos brasileiros no Colégio Oswald de Andrade.
Participou de diversas companhias, como Abaçaí Balé Folclórico de São Paulo, Cia. de Artes Baque Bolado, Cia. Cênica Nau de Ícaros e grupo Olho da Rua, coordenado por Éder Rocha, e atualmente é integrante do grupo Barbatuques, com o qual realiza apresentações e oficinas no Brasil e no exterior.
Sua atuação como arte-educador, percussionista, dançarino e capoeirista (praticou capoeira com o Mestre Brasília por cinco anos) reflete sua paixão pela educação física, cultura popular e música, destacando-se como um profissional versátil e engajado.
Luciana Cestari
Licenciada em Educação Musical pela Unesp e em Ciências Sociais pela FFLCH-USP, a cantora, flautista e arte-educadora integra o Barbatuques desde 2011, com o qual se apresenta e ministra oficinas no Brasil e no exterior.
Antes de se dedicar à música, trabalhou como jornalista no Almanaque Abril e em revistas da editora Segmento. Ao longo de sua trajetória musical, estudou técnica vocal e interpretação com professores renomados de canto.
Como musicista, integrou o grupo Trovadores Urbanos, a Cia. Cênica Nau de Ícaros e os grupos de contação de histórias Pé de Palavra e Lampejo. Como educadora musical, trabalhou nas instituições: Centros de Juventude da Prefeitura de São Paulo, Teca Oficina de Música e Espaço Musical.
Atualmente, dedica-se também a dar aulas de Iyengar Yoga no Centro Iyengar Yoga São Paulo.
Maurício Maas
Maurício Maas é doutor em Pedagogia do Teatro pela ECA-USP, onde também realizou seu mestrado e graduação, pesquisando as relações artísticas e pedagógicas entre música e cena. Trabalhou durante quinze anos como professor de artes, teatro e música na educação básica e atua, desde 2010, no ensino superior. Atualmente, é docente na área de artes do Instituto Singularidades em São Paulo.
Músico, arte-educador, diretor cênico e musical, sonoplasta e produtor musical, tocou e colaborou com diversos grupos musicais e companhias teatrais em São Paulo. Foi professor especialista no curso de formação em Teatro Musical pelo SESI-SP.
É integrante do grupo Barbatuques desde 2000, onde se apresenta artisticamente e ministra cursos e workshops de música corporal para os mais diversos públicos pelo Brasil e exterior. Também participa como músico-ator na peça musical Carmen, a grande pequena notável desde 2018.
Conheça o grupo Barbatuques
Fundado em 1997, o grupo musical paulistano desenvolveu, ao longo de sua trajetória, uma abordagem única da música corporal, por meio de composições, técnicas e exploração de timbres e procedimentos únicos e criativos.
A partir de pesquisas e criações de Fernando Barba, e também de seu contato com o músico Stênio Mendes, o Barbatuques deu origem a diferentes técnicas de percussão corporal, percussão vocal, sapateado e improvisação musical, desenvolvidas em suas experiências coletivas, somadas à bagagem individual de seus integrantes.
Sua forma inovadora de fazer música e as inúmeras possibilidades de extrair os sons do corpo tornaram o grupo reconhecido e atuante, tanto no meio artístico quanto educacional, e resultaram na criação de espetáculos musicais, álbuns, treinamentos e oficinas, já levados a mais de vinte países ao redor do mundo. A trajetória do Barbatuques contribuiu significativamente para a música corporal se tornar mais difundida mundialmente como estética contemporânea e importante ferramenta educacional.
Formado por treze integrantes, o Barbatuques percorre o Brasil e o exterior com uma agenda regular de shows e oficinas em empresas, escolas, fundações culturais, instituições educacionais e grandes eventos. O grupo já lançou cinco CDs, sendo o mais recente para o público infantil “Só + 1 Pouquinho” (2018), além de “AYÚ” (2016), “Tum Pá (2012), “Corpo do Som” (2002) e “O seguinte é esse” (2005). Produziu também dois DVDs: “Corpo do Som ao Vivo” (2007) e “Tum Pá ao Vivo”(2014). Ao longo da carreira, o grupo foi contemplado com prêmios como o “Prêmio TIM de Música Brasileira”, como melhor grupo de MPB (2006).
Entre eventos importantes e turnês internacionais, destacam-se a participaç?o na cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos Rio 2016, na Copa do Mundo da África (2010) e no evento oficial da FIFA em Johannesburgo para o anúncio da Copa de 2014; a presença nas seis edições já realizadas do International Body Music Festival (nos EUA, Brasil e Turquia); as participações em feiras e exposições, como a Feira do Livro de Frankfurt (2013) e a ExpoShangai (China, 2010); apresentações em grandes festivais, como Festival Europalia (2011, Bélgica), Paleo e Ella Fritzgerald em Genéve (Suiça, 2008), Festival de Nyon (França, 2008), Festival Lollapalooza Brasil (2014), além de shows na Espanha, Líbano, EUA, Polônia, Uruguai, Colômbia, Argentina, entre outros.
O grupo também participou de espetáculos e gravações junto a artistas como Bobby McFerrin (EUA), Camille (FRA), Çudamani (Indonésia), Keith Terry (EUA), One Giant Leap (UK), Stênio Mendes (BRA), Badi Assad (BRA), Marku Ribas (BRA), Chico César (BRA), Naná Vasconcelos (BRA), Robertinho Silva (BRA), Djalma Correa (BRA), Hermeto Paschoal (BRA), Emicida (BRA); Lenine (BRA); Russo Passapusso, e vários outros.
Entre os trabalhos mais recentes, destacam-se o lançamento de nove singles (2022/2023), disponíveis em todas as plataformas digitais, além da turnê nacional do show “Barbatuques 25 anos” que percorrerá todos os estados do Brasil em 2024.
Ao longo da trajetória, o grupo foi convidado a participar de diversas trilhas sonoras para cinema. A participação mais recente ocorreu em 2023, no filme “Perlimps” (2023), de Alê Abreu, composta por André Hosoi, integrante do grupo. Anteriormente, o Barbatuques havia participado do premiado “O menino e o Mundo” (2014), do mesmo diretor, juntamente com Naná Vasconcelos e Emicida e, no mesmo ano, do filme Rio 2 (2014, FoxFilms/Blue Sky), tanto no “score”, como em duas composições originais: “Beautiful Creatures”, interpretada juntamente com Andy Garcia e Rita Moreno, e “Don’t go Away”, interpretada por Anne Hathaway e Flávia Maia.
O grupo também atuou na coordenação e preparação de todo o elenco da Rede Globo para o vídeoclip “Um Novo Tempo”, a tradicional mensagem de fim de ano da emissora. Além disso, o Barbatuques está presente na trilha do documentário Educação.doc (2014), de Lais Bodansky e Luis Bolognesi, que ressalta projetos inovadores dentro da gestão no ensino fundamental público.
A técnica desenvolvida pelo grupo Barbatuques vem sendo cada vez mais utilizada em escolas brasileiras – tanto particulares quanto públicas –, e ganha força entre os educadores pela facilidade de aplicação, simplicidade e baixo custo para as instituições. As atividades propostas pelo grupo desenvolvem a criatividade, a coordenação psicomotora e a percepção de si mesmo e do outro.
O Núcleo Barbatuques está em constante pesquisa artística e pedagógica, e atualmente investe em publicações didáticas e novos espetáculos.
Atualmente, os integrantes que compõem o grupo são: André Venegas, André Hosoi, Gilberto Alves, Helô Ribeiro, João Simão, Luciana Cestari, Lu Horta, Marcelo Pretto, Maurício Maas, Taís Balieiro e Renato Epstein.
Conheça a ilustradora
Ana Starling
Ana Starling é uma designer que pensa como ilustradora ? e vice-versa. Em seu trabalho, as linguagens se fundem, dando origem a uma poética muito particular, em que formas e cores se combinam em composições modernas de grande impacto visual. Mais jovem participante da exposição ?Design brasileiro hoje: fronteiras? (MAM-SP, 2009), recebeu diversos prêmios e possui trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Mineira de Belo Horizonte, mudou de São Paulo para a Serra da Mantiqueira em 2015. Em um ateliê rodeado por araucárias e cerejeiras, cria produtos para a sua marca Ufa Mulufa, desenvolve projetos de design, colagens e explora recursos manuais.
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