Cor – Conteúdo complementar
Cor – v.1 de Paulo Pasta
As cores que conhecemos são as mesmas que vemos? Recordamos? Amamos? Imaginamos? Acho que o que vemos é diferente do que conhecemos e do que imaginamos. O que conhecemos depende muito do que sentimos. E quanto mais conhecemos, mais vemos. Por isso também não vemos igual. Cada um vê de uma maneira diferente. As cores podem ser as pontes e janelas que ligam o que vemos ao que sentimos. É isso que faz com que elas sejam mais interessantes quando usadas pelos pintores. O pintor não pinta só o que vê. O que ele pinta depende muito do que ele sente, sonha, lembra e imagina. Tudo isso é real para o pintor. O real pode ser, então, o que vemos e também o que não vemos.
Coleção Viu v.1 Cor / Paulo Pasta
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Conheça o material complementar
A COR DA CRIAÇÃO (Paulo Pasta)
Ficha técnica
Gênero: Documentário com depoimento do artista em seu ateliê.
Palavras-chave: Projeto poético; diálogo com a matéria; silêncio; repertório pessoal e cultural; referências de artistas; cor; pintura; experimentação.
Foco: Processo de Criação.
Tema: A pintura de Paulo Pasta focalizando cor, forma, espaço e seu processo de criação.
Artistas abordados: Paulo Pasta, Henri Matisse, Claude Monet, Carlo Carrà, De Chirico, Giorgio Morandi, Amilcar de Castro e os escritores Pedro Nava e Manuel Bandeira.
Indicação: A partir da 1ª série do Ensino Fundamental.
Direção: Cacá Vicalvi.
Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo.
Ano de produção: 2001.
Duração: 23’.
Coleção/Série: O mundo da arte.
Documentário: A COR DA CRIAÇÃO (Paulo Pasta)
Sinopse
Composto por três blocos, o documentário apresenta, no primeiro, o artista Paulo Pasta trabalhando em seu ateliê. Ele comenta sobre seu processo de criação e sua paixão pela cor, sem contorno, sombras ou perspectivas. No segundo bloco, conhecemos sua história, as influências em sua construção poética, desde Matisse e Monet, presentes na coleção Grandes gênios da pintura, até a pintura metafísica na década de 80. O procedimento técnico e inventivo do artista é apresentado no terceiro bloco, assim como seu contato com a literatura. A busca de passagens sutis de cor, dos limites tênues, a ligação com a memória, com o tempo do amadurecimento e da experiência, o fazem dizer: “o maior luxo do mundo é o silêncio”. O documentário nos convoca para ouvir suas cores.
Sobre Paulo Pasta (Arariranha/SP, 1959)
… a cor não é do mundo das cores. É da memória, da emoção. É uma cor meio sonhada, porque já penso nela, já fico imaginando, é uma cor meio fugidia.
Paulo Pasta nasceu em Ariranha, interior de São Paulo, em 1959. É um dos principais pintores contemporâneos. Doutor em Artes Plásticas pela Universidade de São Paulo (2011), realizou exposições individuais em diversos espaços, como Instituto Tomie Ohtake, Museu Afro Brasil, SESC Belenzinho, Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outros. Suas obras integram diversas coleções, entre as quais Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP; Museu de Belas-Artes do Rio de Janeiro, RJ; Colección Patricia Phelps de Cisneros, Nova York, EUA; e Kunsthalle, Berlim, Alemanha.
Mais sobre PAULO PASTA
Enciclopédia Itaú Cultural
Sobre Paulo Pasta, no Laarte
Ateliê de Paulo Pasta, para Bravo!
Paulo Pasta para Agência FAPESP
Metrópolis com Paulo Pasta, na TV Cultura
A cor da criação, para Rede Escola Digital (Governo da Paraíba)
Conversa com Paulo Pasta, para Itaú Cultural
Encontro com Paulo Pasta, para Canal USP
Entrevista com Paulo Pasta, para Galeria de Gravura
Conheça a coleção completa
A Coleção Viu é um convite para olhar com olhos de ver. Olhar demorado, que investiga as formas, as linhas e as cores das coisas que estão por aí, perto da gente todos os dias. Será que a gente tem o hábito de parar para olhar as coisas bem devagar? Seguir o fio de uma linha, observar onde ela enrosca, as curvas que faz, sentir como nos afetam as cores, descobrir cada forma dos objetos…
Além de provocar o leitor a ver melhor, os livros dessa coleção assinados por Paulo Pasta, Guto Lacaz e Edith Derdyk também são um convite para o desenho. De tanto olhar, dá até vontade de pegar um lápis e desenhar as formas, as linhas e as cores que compõem todas as coisas do mundo, compartilhando de um jeito único a visão do que cada um viu.
São livros diferentes dos livros de histórias. Talvez sejam livros como as crianças nunca viram antes, mas que também ampliam o olhar para o mundo, ao alimentarem a imaginação e o repertório de formas, linhas e cores, colaborando com o processo criativo das crianças na arte.
Forma – v.2 de Guto Lacaz
Neste livro, o autor se apropriou de formas para fazer colagens digitais que mostram a riqueza de desenho das coisas no mundo e suas relações de forma e cor. Para ele existem dois tipos de desenho: os da natureza, fauna, flora e minerais, e os criados pelo ser humano, por artesãos ou pela indústria. Aqui vocês verão de insetos a vegetais e pássaros, de pregos a aviões. Procure desenhar as formas que você vê: o que está sobre a mesa, pequenas composições, cenas domésticas, vasinhos, brinquedos, animais etc. Lembre-se, desenho não é fotografia. Não precisa nem deve sair igual. Cada pessoa tem um desenho, como uma caligrafia, que também é um desenho. Só desenhando o que você vê é que você entende sua natureza.
Linha – v.3 de Edith Derdyk
Qualquer lugar pode ser um espaço para a linha caminhar, traçar, dançar, escrever, tracejar figuras com lápis, pincel, canetinha, pedra, graveto, tesoura, carvão ou, quem sabe, até com as próprias mãos. Assim é a vida das linhas – elas nascem do encontro entre quem gosta de desenhar com qualquer instrumento que risca e marca uma linha em algum lugar. E deste encontro nascem linhas muito diferentes entre si: linha redonda, linha reta, linha áspera, linha lisa, linha tracejada, linha macia, linha dura, linha mole, linha líquida, linha seca, linha ondulada, linha pontiaguda, linha fina, linha gorda…linhas que passeiam pelas coisas que existem no mundo! Quem nunca viu uma linha de horizonte que sobe e desce redonda pelas montanhas — linha que a gente nunca pega nas mãos, mas ela está sempre ali, sempre adiante? E quem nunca ficou numa linha de ônibus ou de trem ou de supermercado — linha feita de gente, tracejada ponto por ponto, esperando a vez de passar? Quem nunca observou uma linha de costura — fio que brinca de esconde-esconde, aparece e desaparece junto com a agulha furando o pano? E as linhas da mão, as linhas instantâneas que marcam as ondas do mar na areia da praia, as linhas das nervuras das folhas e dos troncos das árvores? Quem nunca ouviu falar da linha do tempo, uma linha invisível, mas que sentimos passar? Assim é a vida das linhas – presente em todas as coisas do mundo, prontinhas para serem capturadas pelo nosso gesto, pelo nosso olhar, pois o desenho existe porque existem linhas!
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